Maria Curraleira

Objeto: Criação do estúdio de produção multi-média ESTÚDIO [MC]no Vale de
Chelas. Esta proposta surge do trabalho realizado no âmbito do Curso de Especialização Territórios Colaborativos (CTC) que é realizado através da parceria entre o
ISCTE, os ASF e a CML, que tem como território de atuação os Bairros e Zonas de
Intervenção Prioritários de Lisboa que integram o Projeto Europeu USER do Programa URBACT II. http://urbact.eu/user

O ESTÚDIO [MC] é uma plataforma local e aberta que acompanhará a recolha
digital de narrativas locais que descrevam a história e o quotidiano dos bairros
incluídos no programa.É uma infraestrutura que surgiu como pertinente durante o
trabalho de análise no território em ações participadas nos epicentros das comunidades da área do projetar USER. Durante a primeira fase experimental que decorreu
durante o CTC foi desenhada a primeira proposta para o território derivada das
narrativas recolhidas. Trata-se do painel CURRALEIRA [hollywood style] a ser colocado (como mostra a planta na terceira página do documento PDF) na Rotunda sem
nome no centro no Vale de Chelas, onde se localizava o centro da Curraleira, bairro
auto-construido hoje demolido.

Este conjunto de propostas são geridas pelo ESTÚDIO [MC] que se considera
por isso uma estratégia territorial de coesão social e fortalecimento e apropriação das múltiplas narrativas do território.

O projeto USER é constituído por uma rede de cidades europeias que pretendem
incluir todos os cidadãos no processo participado de reflexão, intervenção, utilização
e gestão do espaço público. A presente proposta surge do contexto acadêmico do
CTC e por essa via faz parte do processo de construção do Plano de Ação Local
(USER Lisboa + SAAL - Vale de Chelas) deste projeto Europeu para esta área da
cidade que inclui parte das Freguesias do Beato e Penha de França e que conta com
um conjunto alargado de parceiros locais no seu Grupo de Ação Local. Em Lisboa
tem como ponto de partida e conceito: O Espaço Público como Espaço de Coesão
Social.

Neste contexto o ESTÚDIO [MC] é uma ferramenta de comunicação piloto que
complementa as ações do programa USER com um estúdio para a criação de
pequenos documentários, ações de vj-ing, programas de TV local e formatos
para divulgação online que viabiliza a partilha da memória coletiva sobre a
história do território e ajuda a articulá-la e divulgá-la potenciando a gestão da
identidade comunitária e territorial de forma participada e democrática.
Esta estrutura também abre a possibilidade de em parceria com a escola António
Arroio que tem criado projetos escolares de índole similar a dar formação aos
jovens destes bairros nas técnicas multi média criando um foco de capacitação
profissional.

O projeto permite desde o início que vários atores intervenham na ativação de uma
narrativa conjunta – abrindo uma miríade de possibilidades para a participação e
formação de adolescentes e jovens profissionais, tendo potencial de alargamento do
grupo alvo a outras faixas etárias. Estas oportunidades respondem diretamente às
necessidades identificadas na análise do terreno, nomeadamente a segregação,
desemprego jovem, falta de integração com o resto da malha urbana e falta de
formação profissional.

Perspectivas futuras:
- Possibilitar educação por meio do documentário e eventos
práticos de produção, no terreno, para toda a sociedade, nomeadamente com
parcerias com lares de idosos,escolas, associações locais, etc;

- Possibilidade de produzir conteúdos localmente, através de métodos participados e
com novas tecnologias acessíveis de alta qualidade.

- Possibilitar um projeto com valências produtivas e empreendedoras, criativas, onde
a produção de vídeos e conteúdos multi-média sirvam de veículos fomentadores de
outros projetos e iniciativas em curso nos bairros. Fomentando também empreendimentos sociais e criativos;

- Servir de modelo piloto para que outros locais e comunidades o possam aplicar
esta intervenção abrindo também a possibilidade da criação de uma rede de
estúdios multi-média comunitários, geridos com a população, que poderão ser um
dos cartões de visita de Lisboa à semelhança de outras capitais.